Ontem à noite eu ganhei um poema - acompanhado d'O Nascimento de Vênus, de Botticelli. Me senti incrivelmente feliz e muito honrada.
Primeiro soneto a Maria dos Povos, de Gregório de Mattos
Discreta e formosíssima Maria,
Enquanto estamos vendo a qualquer hora
Em tuas faces a rosada Aurora,
Em teus olhos e boca o Sol e o dia,
Enquanto com gentil descortesia
O ar, que fresco Adônis te namora,
Te espalha a rica trança voadora
Quando vem passear-te pela fria,
Goza, goza da flor da mocidade,
Que o tempo trata a toda ligeireza,
E imprime em toda a flor sua pisada.
Oh não aguardes, que a madura idade,
Te converta essa flor, essa beleza,
Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.
Eu vi esse quadro pela primeira vez quando eu tinha uns dez anos de idade, foi a minha professora de artes do colégio que levou uma réplica pra gente ver. Foi amor à primeira vista! Sempre que me lembro desse quadro, lembro daquela aula de artes como se ela tivesse acontecido ontem...
ResponderExcluirE que intertextualidade perfeita entre o soneto e o quadro! Maria seria Vênus?
Enfim... O último terceto é o meu preferido, embora essa gradação seja terrivelmente angustiante :)
Abraço,
Marina.
Marina,
ExcluirQue lindo seu comentário.
Pois é, esse quadro é marcante mesmo. E cada personagem tem nele sua função...
Também gosto muito.
A analogia foi perfeita. E um ótimo presente.
Beijo,
Milena.