sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Sobre o Borges

Quando li pela primeira vez "o jardim de veredas que se bifurcam", cheguei à última palavra do conto com uma sensação estranha. Senti-me incomodada pela narrativa. A ideia era muito legal (adoro literatura fantática!), mas algo ali não havia me caído bem.
Ontem terminei "ficções", um livro que reúne vários contos do Jorge Luís Borges. A experiência foi excelente! No primeiro conto, previ: "Não vou me dar muito bem com ele. O problema deve ser comigo. Afinal, o argentino é um dos gênios universais das letras. Eu é que não me habituo a sua escrita". Entretanto, fui caminhando pelas páginas e caminhando e caminhando, assim como seus personagens que apreciam espaço e tempo labirínticos. 
A verdade é que me apaixonei por vários contos. Ontem encerrei a última história dando voltas circulares. Exato: tive vontade de ler enquanto andava. Fui lá e fiz. (E o conto, aliás, parecia falar um pouco disso. Não sobre ler e caminhar ao mesmo tempo, mas é que o tal do personagem peregrinou a história toda até chegar ao seu destino.)

Aqui, como forma de reconhecimento, peço desculpas ao querido Borges pela minha resistência. E acrescento que a melhor leitura é aquela que gera incômodo. Obrigada. "Prestenção" agora na minha lista (!) dos prediletos (já é amor):

- exame da obra de herbert quain;

- funes, o memorioso;

- a forma da espada;

- o sul;

- o jardim de veredas que se bifurcam;

- pierre menard, autor do quixote;

- o milagre secreto;

- a morte e a bússula;

- as ruínas circulares.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não estamos mais em 1968.