domingo, 30 de junho de 2013

Carta endereçada a você - Primeira‏

Escrita em 15/5/2012, não terminada, nunca enviada e esquecida por um ano nos rascunhos do e-mail. 


Engraçado que essa cena parece que já aconteceu. Essa cena da carta no e-mail. Se não fosse pela última palavra (que é diferente), poderíamos dizer que o que está por vir seria o mesmo que já se passou. Mas não.

Eu sou impulsiva, apesar de cautelosa (!). Talvez não fosse preciso carta agora, mas cá estou. E essa aqui visa atender a outro objetivo daquela de há um tempo (03 de março, eu guardo as coisas.): ficar. Se a minha pressa era em 'ir', hoje eu escrevo para 'ficar'. Só que ficar é mais fácil quando duas pessoas se gostam. Difícil é ir embora, lutando contra todos os sentimentos. Meio irracional.

A carta será mais curta; um lembrete. Nem há tanto o que dizer. Na verdade, é mais por um 'olá'. Um novo encontro. Eu sempre tive medo de estragar o que era perfeito. Para mim, perfeito eram os meses ininterruptos, sem brigas e nada que alterasse o curso das coisas. Confesso que ainda aprecio isso. Só acrescentei algumas possibilidades dentro do 'perfeito'.

* Eu nem sei se era eu quem deveria falar algo (a minha visão é a do cara que termina a batalha e começa o discurso). Mas é tão bom ter vontade de falar e vir. Ainda mais quando se tem coisas boas aqui dentro. A carta da dor é com certeza mais bela, mas esta é melhor de ler.

Depois de tudo que aconteceu, eu confirmo ainda mais o fato de nós sermos *. Acredito que nós estejamos começando de novo a história. * No entanto, como eu disse em algumas das nossas conversas perdidas e trocadas por aí: "E eu acho que isso fará parte de um processo de amadurecimento seu, sabe? (...) no que diz respeito a relacionamento mesmo. E isso será bom; para sua vida toda...".

Eu realmente acredito que as coisas acontecem porque têm de acontecer. Eu sei que não foi uma atitude altruísta sua de me deixar "experimentar" a vida sem você. Rs. Mas isso tudo nos trará coisas boas. 
Nós estamos começando exatamente como fizemos da primeira vez, não?! O metrô, as preocupações... Talvez tenhamos voltado ao início do filme. Apesar de termos feito tudo da melhor forma desde o começo, parece que temos a chance de fazer diferente e ainda melhor. 
Agora sem segredo importante (que de alguma forma pesou muito saber após tanto tempo), com lágrimas trocadas e toda uma bagagem já vivida. É o sentimento de voltar renovado para o seu lugar? Será que é o "olhar com os olhos de quem descansou os olhos"? Você já conseguiu descansar os olhos? *

* Realmente espero que você consiga ver tudo isso. Todos os dias eu pensava que seria o "tarde demais". Ele de fato chegou em algum momento. Mas não veio por inteiro. Dói muito sentir tudo o que está se passando aqui dentro. Você sabe. Eu choro porque dói, porque é uma divisão muito grande. * Porque, se eu te amo, eu acredito. É simples assim.
Você disse que você mesmo partiu muito mais o seu coração. Nestes dois meses, nós continuamos na mesma. Porque talvez só nós dois temos a forma de cuidar um do outro. E aí eu posso agora finalmente me gabar: eu estava certa o tempo todo. A resposta sempre está do nosso lado. *

Isso aqui para mim foi - e é - lema: "Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno".

Agora a gente recomeça algo já começado e nunca terminado. A gente retoma algo que nunca foi. Já conhecendo, mas tendo aprendido ainda mais nesse processo todo. Tudo vai se acertar.


Os * representam partes censuradas. Sendo hoje o dia de hoje, penso que pode ser publicada. Ela é bonita.

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Não estamos mais em 1968.