"Sr. Aurélio Campos (lê)
- Desgraçadamente, na luta contra a obscenidade e a pornografia incluídas nas peças teatrais com objetivos puramente comerciais, pontos de vista são propositadamente distorcidos pelos ‘esquerdinhas festivos” [...]. Mas o que eles objetivam é agredir o regime democrático, muito mais que defender a liberdade de pensamento. Entendem eles que, assim procedendo, instilando a desagregação nos costumes tradicionais, estarão preparando o Brasil para a revolução social [...]. Esta é a realidade dos fatos, e a prova está aqui, está dentro mesmo desta própria Assembleia, onde um requerimento posto na ordem do dia, apelando para as autoridades, no sentido de sanear o teatro brasileiro. [...] Mas nem tudo está perdido. E noto de gente de bom senso sabe situar o problema. Faço questão de destacar nominalmente o professor Décio de Almeida Prado, crítico teatral do jornal O Estado de São Paulo, que, em artigo por ele assinado e divulgado hoje, expende conceitos de meridiana clareza, focalizando o problema à luz de ensinamentos históricos e da presente realidade brasileira. [...].
Não se trata, já agora, de higienizar os obscenos textos comerciais perpetrados por alguns pseudo-autores do teatro brasileiro. O que se reclama é a defesa do próprio regime democrático, convulsionado pela agitação gratuita dos ‘esquerdinhas festivos’. (Palmas).
Sessão da Assembleia Legislativa, SP, 20 de junho de 68.
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