terça-feira, 16 de agosto de 2011

Conversas com Almodóvar

Em uma de suas respostas, Almodóvar comenta sobre ser ele mesmo o objeto de crítica na Espanha. Lá, em seu país, mais se fala sobre o cineasta, "o mito", do que de seus filmes. Ainda comenta que muitas vezes recebe um tratamento "hostil".
Engraçado é o fato de eu ter começado esse livro para conhecer exatamente o próprio diretor. Não sei se ele teria gostado de meu motivo.
Sou fã de seus filmes. Mesmo não tendo assistido a todos, resolvi me aventurar nessas entrevistas. Na 4ª capa do livro, diz que o "leitor terá vontade de rever os filmes aqui comentados". Até hoje vi apenas quatro de suas obras. Na primeira, me apaixonei. E com as outras não consigo me decidir qual me agrada mais.

Segui as primeiras 100 páginas. Depois, morrendo de curiosidade, pulei Mulheres à beira e Ata-me! e corri para Hable con Ella. Aí retornei veloz para Tudo sobre minha mãe. Li os pedaços que havia deixado pra trás. E estou no aguardo para Volver. Acabo. Almodóvar não segue gêneros; eu me perdi na linearidade.
Como acontece com alguns livros, eu tenho medo de acabá-lo. Tenho medo de me sentir sozinha. Porque eu simplesmente me vejo num país completamente colorido; com muitas pinceladas de vermelho. 

Concordo que deva ser ainda melhor ler essas entrevistas já conhecendo todos os filmes. Percebi isso quando cheguei nos que já havia visto. É mágico! Mas é adorável ouvir opiniões, desejos, explicações imersa nesse mistério. Parece que assim mesmo descubro o autor antes da obra - se é que dá para separá-los. Ou ouço segredos atrás da cortina. Ele não o sabe.

A verdade é que nada mais leio a não ser o próprio Almodóvar.


"Afinal, o essencial é isso: sobreviver e manter a paixão." 



*** Lembrando de minhas aulas de Conceitos Fundamentais, em que uma vez discutimos os tipos de entrevistas, preciso fazer um breve comentário. Frederic Strauss, crítico de cinema, fã do diretor, muitas vezes se esquece, infelizmente, de que ele não é o entrevistado. Há um certo tamanho desnecessário das perguntas. Mas a genialidade de Almodóvar - e aí entra sua simplicidade - torna tudo muito interessante e atraente.

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