sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Pensares de Ares

Meus passos não acompanham meus pensamentos. O vento no rosto e a cidade vazia são estímulos inexoráveis.
Assim, eles, do pensar, se debandeiam por aí. Chegam antes àquela esquina. Passam por debaixo do viaduto. Arriscam-se em caminhos tortuosos. Às vezes, sinto que fogem de mim.
Como se a liberdade e um caos apenas externo lhes fossem mais convidativos. Por tanto pensar, necessitam de uma pausa. Ou seria um espaço maior? Mais confortável talvez.
Claro, não querendo ser egoísta, mas eles não me pertencem? Quão fortes são para me pedirem autonomia?

Conservo o silêncio. Entendo que, como meus passos, eles também buscam uma cidade vazia, com um ar gélido e aquele céu obscuro, desafiador.

[MB]

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