terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A causa

Prefiro pensar que se tratava de um sonho. Exagero meu chamá-lo pesadelo. Não tenho pesadelos.
Entre sombras e feixes de luz, via-me perdida. Eu me não sentia. Sentia-me não.
Quando o sol se derramava sobre mim, trazia uma tontura, uma embriaguez. Estava ébria e tentando regozijar o que doía. Muita coisa ardia aqui dentro. Para fora vá. Vá.
O tempo não fazia parte disso tudo; quieto. Não havia pressa e isso adulava minha angústia.
Não descansei um só momento hoje, digo-lhe. Sim, pensando. Mas tenho de comentar que minhas saias floridas não me permitiam uma gota de reflexão.
Tentavam de todas as formas. Tentavam a todos. Bailei em meio a lágrimas. Estas eram refresco num período árido.
Que dor é não conseguir falar. Que pena é não conseguir gritar. Nada estava em ordem para chegar a esse fim. Então, não havia uma arrumação para expelir. Chorava, suava, bailava, saias ao vento tentavam. Em vão, tentavam.
Por favor, tudo isso me é desprezível. Não entendo, mas é por esse ardor que sei que sou. Sou.
Ontem eu lhe esperei. No topo da colina - ou na esquina da R. X com a Y -, eu fiquei. Sem lágrimas, com um sorriso decadente mas sincero e minhas saias floridas.

, eu na consequência.

Um comentário:

  1. Gata garota!


    Das habilidades que o mundo sabe, essa ainda é a que faz melhor ...
    DAR VOLTAS!!

    Seguindo-te!
    Bjs!

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