sábado, 26 de junho de 2010

Las personas

É engraçado como tendemos a buscar soluções temporárias para nossos problemas. Eu quito um pouquinho da minha dor, e quando ela insistir em retornar lhe coloco à frente mais uma barreira.
Acontece que fazer isso, ou melhor, até fazer isso, a gente sente um pouquinho.
E quem foi que disse que a dor se mede pelo tempo? Em alguns milésimos de segundos é possível sentir um mundo caindo, a vida se esvaindo. O coração se contrai e lança-me suas lágrimas purinas.
Basta. Nem a lira ou a brisa podem com esse momento. Nem a lira e a brisa juntas.
Refugio-me nos pedaços de minha alma que aparecem em contos e histórias. É nos livros que consigo aquietar meu coração e encontrar-me com um filete de luz. Os personagens falam por mim, falam comigo, erram e sentem o que eu sinto.
Nesse devanear, abro os olhos e vejo a nova barreira ruindo. A dor virá outra vez.

(Milena Buarque)

3 comentários:

  1. Muito bonito o texto, hein. :)

    Beeijos, ótimo fds!!

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  2. eu amo seus textos, poetisa.

    amo você também!
    bjs.

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  3. Eu tenho meu álibi não só em livros. O maior pra mim é Deus. Ele faz qualquer dor parecer pequenininha perto da que Jesus sofreu por mim. Então, tudo passa, sabe? Beijos flor.

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Não estamos mais em 1968.